Vimes

Foi por volta de 1812 que esta industria parece ter começado na freguesia da Camacha, embora em estado muito rudimentar e só depois de 1870 é que começou a ter um notável incremento.

Em 1912, exportou-se para o estrangeiro (Inglaterra, Canárias e Cabo da Boa Esperança) e Lisboa grande quantidade de vimes não manufacturados.
Esta matéria prima, que se denomina de vime, é extraída do vimeiro.

Vimeiro

É um arbusto ou pequena árvore com os ramos compridos e fléxiveis, e as folhas lanceoladas. Só existem na Madeira individuos femininos que se multiplicam com muita facilidade.

A sua poda executa-se desde Janeiro até março, e os vimes destinados a obras são reunidos em feixes em seguida à colheita, depois do que é uso deixar permanecer a parte inferior dos mesmos, mergulhada em água, até que comece a rebentação. Iniciada esta, são os vimes descascados, devendo haver o cuidado de cortar a parte que esteve mergulhada na água.

O vimeiro da Madeira parece ser o produto do cruzamento da Salix alba com a S. fragilis.

Os ramos mais longos do vimeiro utilizam-se para o fabrico de peças grandes tais como as cadeiras, mesas, cestos,etc, os mais pequenos para ligamentos e para obras miúdas.
O vime pode ainda ser cortado, servindo a parte externa do mesmo (liaça) para a produção de outro tipo de peças, tal como bandejas tabuleiros, etc. O miolo é a parte interna do vime que serve muitas vezes para enlaçar ou amarrar as peças depois de finalizadas.
Atualmente são poucos os artesãos que se dedicam a esta atividade e os poucos que existem fazem a obra em suas casas nas denominadas oficinas (compartimento da casa com uso exclusivo para este tipo de trabalho) para posteriormente serem comercializadas pelos espaços comerciais existentes nesta vila.

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